2.12 Uma Igreja – então, qual a razão de toda a divisão entre os Cristãos?
Desde o início, Jesus queria que todos os crentes fossem um só (Jo 17,20-23)Jo 17,20-23 Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.. Portanto, é muito doloroso ver que os cristãos estão tão divididos. As principais causas desta divisão em várias igrejas e comunidades são a teimosia, os preconceitos e a pecaminosidade das próprias pessoas.
É dever de todo cristão orar pela reunificação da Igreja. Embora possamos trabalhar com o Espírito Santo e lutar juntos por essa unidade (ecumenismo), somente Deus pode trazer a verdadeira unidade.
Como empenhar-se em favor da unidade dos cristãos?
O desejo de restabelecer a união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico. [CCIC 164]
São também nossas irmãs e irmãos os cristãos não-católicos?
Todos os batizados pertencem à Igreja de Jesus Cristo. Portanto, também os batizados que se acham separados da total comunhão da Igreja Católica, na qual a Igreja de Jesus Cristo vive, são com razão chamados cristãos e são, assim, nossas irmãs e irmãos.
As divisões da única Igreja de Cristo aconteceram por causa de adulterações do ensinamento de Cristo, erros humanos e escasso espírito de reconciliação - na maioria das vezes, por parte dos representantes de ambos os lados. Os cristãos atuais não têm nenhuma culpa dos cismas históricos da Igreja. O Espírito Santo age também nas comunidades eclesiais separadas da Igreja Católica, em benefício da salvação das pessoas. Todos os dons aí existentes, como a Sagrada Escritura, os sacramentos, a fé, a esperança, o amor e os outros carismas, provém de Cristo. Onde vive o Espírito de Cristo há uma dinâmica interior no sentido de uma “reunificação”, porque o que pertence a todos quer crescer com todos. [Youcat 130]
Onde subsiste a única Igreja de Cristo?
A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in)na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro. [CCIC 162]
Por que só pode haver uma Igreja?
Tal como só há um único Cristo, também só pode haver um único “corpo” de Cristo, uma única “esposa” de Cristo, isto é, uma única Igreja de Jesus Cristo. Ele é a cabeça, a Igreja é o corpo. Juntos formam o “Cristo total” (Santo Agostinho). Assim como o corpo tem muitos membros, embora ele seja um só, também a Igreja única se compõe de muitas Igrejas particulares (dioceses).
Jesus construiu a Igreja sobre o fundamento dos apóstolos. Este fundamento suporta-a até hoje. A fé dos apóstolos foi transmitida de geração em geração, sob a direção do ministério petrino, que “preside à caridade” (Santo Inácio de Antióquia). Também os sacramentos que Jesus confiou ao colégio dos apóstolos continuam a atuar com a sua força original. [Youcat 129]
Em que sentido a Igreja é santa?
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação. [CCIC 165]
É também católica a Igreja particular?
É católica toda a Igreja particular(isto é, a diocesee a eparquia), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que “preside à caridade” (S. Inácio de Antioquia). [CCIC 167]
Por que se chama a Igreja “católica”?
Ser “católico” (gr. katholikós) significa estar “referido ao todo”. A Igreja é católica porque Cristo a chamou a confessar toda a fé, a guardar e celebrar todos os sacramentos, a anunciar a boa-nova na sua totalidade. E ele enviou-a a todos os povos. [Youcat 133]
Quem pertence à Igreja Católica?
Pertence totalmente à comunhão da Igreja Católica quem, unido ao papa e aos bispos, se incorpora em Cristo através da confissão da fé católica e da celebração dos sacramentos.
Deus queria uma Igreja para todos. Desafortunadamente, nós, cristãos, tornamo-nos infiéis a este desejo de Cristo. No entanto, ainda estamos profundamente ligados uns aos outros através da fé batismo comum. [Youcat 134]
Por que se chama a Igreja “apostólica”?
A Igreja chama-se “apostólica” porque ela, fundada pelos apóstolos, baseia-se na sua Tradição e é guiada pelos seus sucessores.
Jesus chamou os apóstolos como seus colaboradores mais próximos. Eles eram as suas testemunhas oculares. Após a sua ressurreição, apareceu-lhes reiteradas vezes, deu-lhes o Espírito Santo e enviou-os ao mundo como seus mensageiros plenipotenciários. Na Igreja jovem, eram a garantia da unidade. Através da imposição das mãos, transmitiram aos seus sucessores, os bispos, o seu envio e os seus plenos poderes. E assim foi até hoje. Este processo é designado por sucessão apostólica. [Youcat 137]
Desde que a Igreja, instituída pelo Senhor e fortalecida pelos apóstolos, é a única Igreja de todos os povos ... não se pode negar que a separação da fé surgiu como resultado de um entendimento [defeituoso], enquanto o que foi lido foi adaptado aos pontos de vista de alguém, em vez das opiniões serem submissas ao que foi lido. [Santo Hilário, Tratado sobre a Santíssima Trindade, Vol. 7, Cap. 4 (ML 10, 202)]